Bullying: Comportamento e Intervenção
O Bullying é entendido atualmente como uma prática prejudicial ao convívio daqueles que são caracterizados como diferentes da maioria e que são perturbados pelas brincadeiras de seus companheiros de sala. Esses comportamentos se expandiram ao redor do mundo, sendo identificados até mesmo na internet como o “ciberbullying” quando acontecem atos verbais de violência contra alguém no meio virtual.
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção á Infância e á Adolescência (Abrapia) considera que o Bullying pode ser identificado por meio de algumas ações: “colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences.”.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) 2012 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) O Bullying é um dos vilões da adolescência, que envolve quase 30% dos estudantes brasileiros – seja praticando ou sofrendo a violência caracterizada por agressões verbais ou físicas, intencionais, aplicadas repetidamente contra uma pessoa ou um grupo. Mas a grande maioria desse total, 20,8%, é formada por agressores. Ou seja, um em cada cinco jovens na faixa dos 13 aos 15 anos pratica Bullying contra colegas no Brasil.
Bullying como Ofensa aos Princípios Morais:
Os comportamentos de Bullying ofendem os princípios morais dos envolvidos, e consequências judiciais podem ser usadas para tentar punir os praticantes. As escolas também podem ser responsabilizadas por atos cometidos e negligenciados.
A prática do Bullying é classificada como direto quando vítimas são atacadas diretamente, ou seja, quando são atacadas fisicamente, ou indireto, quando estão ausentes, que é o praticado pelas costas, espalhando boatos negativos em frente à mesma. Além desses dois, estão entre os tipos de Bullying: verbal, escrito, emocional, sexual e ciberbullying. (LOPES NETO, 2005).
Quando não há intervenções efetivas contra o Bullying, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças ou adolescentes, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de Bullying, quando percebem que o comportamento agressivo não traz nenhuma consequência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo. Todos os alunos têm o direito de se sentirem seguros quando vão para a escola, infelizmente não é o que acontece.
Estratégias de Prevenção:
É necessário criar estratégias de prevenção na escola, pois as crianças e adolescentes têm os seus direitos asseguradas pela lei.
Inicialmente a escola precisa reconhecer a existência do Bullying e tomar consciência dos prejuízos que ele pode trazer para o desenvolvimento sócio educacional e para a estruturação da personalidade de estudantes, necessitam capacitar seus profissionais para a identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento adequado de todos os casos ocorridos em suas dependências. As instituições de ensino têm o poder de conduzir o tema a uma discussão ampla, que mobilize toda a sua comunidade, para que estratégias preventivas e imediatas sejam traçadas e executadas com o claro propósito de enfrentar a situação.
A escola desempenha um papel de grande importância no desenvolvimento social de crianças e adolescentes e não pode ser considerada apenas como um espaço destinado à aprendizagem formal ou ao desenvolvimento cognitivo. Portanto, a escola precisa se transformar, adaptar-se à realidade e às demandas culturais atuais e atuar no sentido de prevenir e controlar o Bullying, assim como outros comportamentos interativos inadequados e prejudiciais ao desenvolvimento, e não funcionar como um agente mantenedor do sofrimento psicológico dos envolvidos nessas situações.
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Patrícia Souza é psicóloga e atende crianças e adultos em Botafogo, Tijuca e Duque de Caxias.
Referencias:
- Um em cada cinco adolescentes pratica bullying no Brasil – A prática, mais comum em grupo e entre meninos, tem como vítima 7,2% dos estudantes consultados em nova pesquisa do IBGE feita com alunos do 9º ano.
- http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/um-em-cada-cinco-adolescentes-pratica-bullying-no-brasil
- As Consequências Psicossociais do Bullying no Rendimento Escolar
- https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/as-consequencias-psicossociais-do-bullying-no-rendimento-escolar
- Bandeira, Cláudia de Moraes; Hutz, Claudio Simon. As implicações do Bullying na autoestima de adolescentes. In: http://www.scielo.br/pdf/pee/v14n1/v14n1a14.pdf